Fale comigo. Mostre-me algo novo
eu vivo de passado nesse abrigo etéreo
onde rumina a escória de todo esse povo
que não se achou na vida, nem no cemitério
Como vão todos? Quem continua sério
e quem ainda mente, existe algum renovo?
encontrei aqui, gente com ar funéreo
tipo que não passa de um baba-ovo.
Não me peça novidades, eu não tenho.
Não pergunte se é verão ou se é inverno
desse lado, a gente não morre, vive.
hoje, livrei-me das amarras e aqui venho
dizer que não vivo no céu, nem no inferno
mas que dá saudade da Terra, onde estive.