Fortaleza
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eu, essa peça inacabada
Nonato Albuquerque
Eu teço o texto de meus textos
com paixão (e compaixão...)
São linhas filtradas no meu próprio sangue,
que as palavras têm essa propriedade incomum
de injetar líquido na solidez das conversas.
Arremato as pregas de cada frase com fino trato,
e vou alinhavando as sobras com meu jeito de ser:
Sou operário de quem pensa seja eu poeta,
mais vítima do poema que seu próprio executor
Ah! meus tempos de diálogos travados em outras eras
onde o corte deixado pela minha lâmina-língua
fazia calar realmente os que não sabiam falar.
Hoje, distante de tudo e de mim mesmo, rebusco na memória perdida do tempo, alguma lembrança que me dê certeza de ser eu, essa peça inacabada