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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A SAGRADA VIRTUDE DO DIA

Eu tenho um rebanho

De almas que pastoro

Nas cercanias do céu


Com chuvas eu banho

Os meus dias de choro

Cavalgando esse tropel


Conduzo-as todas à luz

Embora sombras ainda

me requisitem o apego


É que eu ignoro a cruz

Que me liberta e finda

O que é desassossego


Quando tiver o vaqueiro

De ser também manada

Deus, que me pastoreie

   

Vou, como todo janeiro, 

começar outra jornada

E que outra vida semeie.

 

Sou como um carvalho

Que não se desvanece

Diante da forte ventania

 

Madrugarei no orvalho

como a noite que tece

a sagrada virtude do dia