Nos bailes do fim do mundo,Com quem dançará Fred Astaire?Ingrid terá reencontrado Rosselini?Para quem mostrará a língua Einstein?Dumont terá ganho asas que nem seu 14 Bis?Deborah ainda Kerr que Gregory Peck?No oco do mundo para onde as almas migramChaplin terá visto Oona e emudecidooutros seres com seu eterno vagabundo?Beethoven, terá ouvido os sons da Nona Sinfonia?Mahatma Gandhi tecido um outro dhoti?Quando passou para a dimensão da LuzWalter Elias terá construído uma ‘Disney Heaven’?
Coexistirá com Albino, o sorriso Luciani?
Em que cinema Federico estará Felini?
Como estarão Franco, Mussolini, DeGaulle, Roosevelt
E ‘ele’, que não ouso nem citar o nome?Todos esses mitos humanos passaram
E hoje rumino o ontem de onde eles saíram
para mostrar como é fugaz a vida na matéria.Com quem partilhará seus sonhos Jackeline?
Keneddy, o John? Ou Aristoteles Onassis?
E aquele anjo bom que adotou Calcutá por sobrenome,
Teresa, madre, mãe dos pobres... como estará?
Nos bailes do fim do mundo,
Quando através do sono nos libertamos temporariamente do escafandro corporal, volitamos por entre a dimensão do eu mais puro e visualizamos cenas que, geralmente, só os sonhos conseguem externar. É do substrato desses sonhos - e da criação poética - que se constitui este diário, revelando a incrível magia da dimensão da espiritualidade.