Toda vez que vejo a imagem do Cristo
na cruz exposto
seminu em seu martírio,
com suas muitas dores e feridas
tenho a nítida impressão de que
em muitos há mais gosto
pela macabra visão da tortura do Cristo
do que pela sua luz
É como se eles admirássem a crueldade
explícita no rosto
da imagem, e fossem pelos ritos
das pregações conduzidas
a nutrirem essa paixão, num ato
de masoquismo exposto
do que as lições do primato de amor
por ele traduzidas.
Quão desafortunada não seria a mãe
que resolvesse do filho
guardar uma foto na parede
do instante de seu sofrimento
como se colecionasse ali sua mais forte
e viva lembrança
Devemos sagrar o Cristo na memória,
com seu intenso brilho.
No amor que pregou e no bem que fez
com todo o sentimento
da alma mais pura que veio dividir na Terra
toda a esperança.