Arquivo do blog

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

ESCRITOS MEUS - A MONTANHA DO SERMÃO

ESCRITOS MEUS 
A montanha do sermão 
Nonato Albuquerque

Na manhã ambientada de luz e de suave brisa aromática, o mestre reuniu-se outra vez a seus discípulos, depois de um dia em que explicara à multidão sobre as primícias do reino.
Falara-lhes das bem-aventuranças e dos designos de Deus para a enorme multidão que sofregava experiência na colônia terrena. Dissera-lhe do amor do pai divino em relação à justiça para com seus filhos. Admoestara-os a servir ao bem e a entesourar as riquezas morais como único apanágio para se acercarem das claridades vindouras.
Discípulos haviam, contudo, que não conseguiram captar em toda a sua extensão a diáfana mensagem do alto, principalmente nas referências sobre os herdeiros da vida futura.
Compreensivo, o mestre acercou-se do grupo e juntando à palavra, o carinhoso gesto de quem explica, teceu comentários sobre o Sermão da Montanha.
A montanha, na verdade, é o caminho ascensional por onde todos nós trilhamos a jornada vivencial na escola da Terra. O disciplinamento e a prática constante do bem, configuram-se como extratos maiores para o saldo de nossas bonificações.
Jesus, a entidade santa que visitava pessoalmente a escola de refazimento e progresso, confidenciou aos disciípulos que, no planeta, a humanidade estava dividida entre os seres aflitos que voltam do ontem para sequenciar o aprendizado na carne, passando pelos pobres de espírito e os que buscam o aprimoramento no saber espiritual.
Os primeiros, carregavam cruzes dolorosas repatriando o passado de outras fronteiras. Choram dores físicas e morais, sentem fome e sede de justiça e se descobrem necessitados da matéria. "Felizes os que sabem ultrapassar essa fase e atingir o degrau dos pobres de espírito. Uma vida melhor irá consolá-los", asseverou o mestre.
- Mas como justificar de "bem aventurados, os que são pobres de espírito" -, interrogou um dos presentes.
Em verdade vos digo, felizes os que mendigam as verdades do Espírito', acentuou o mestre, considerando primordial a ação daqueles seres que já superaram a vaidade e o orgulho e buscam as coisas do alto em detrimento das riquezas materiais. "Deles é a certeza do reinado do Bem na Terra", complementou.
O mestre lembrou, também, a escala de aprimoramento dos que já ultrapassaram a fase da dor e da busca de sua fé, e reconciliam suas atitudes através da pureza do coração. "São almas assemelhadas a crianças e elas, certamente, verão a Deus em toda a sua luminescência", comparou.
Cristo continuou a mostrar os graduados seguintes da escola terrena. "Os que formam os grupos dos mansos e pacíficos, voltarão à Terra e habitarão na era de transformação do planeta".
Num grau ainda mais evoluído, Jesus apontou para os seres que já ultrapassaram todas as distenções e barreiras impeditivas do avanço moral. "Eles acrescentaram aos valores da mansuetude e pacificidade, o glorioso lema da misericórdia. Felizes, porque eles alcançarão esse alvo comum".
Diante do exposto, os discípulos sentiram a compreensão das etapas de cada um dos que vivenciam na Terra, a experiência vida. E, individualmente, puseram-se a imaginar em que grau de aprimoramento e progresso cada um deles se encontrava exatamente.
(Escrito em 18 de agosto de 2001)