AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO
Onde antes brincavam, hoje só descansam.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso
acrescentam textura nova às velhas marcas.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso
acrescentam textura nova às velhas marcas.
Onde antes primavera, o outono delineia-se.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
A tantas outras com quem cruzaram caminhos,
E despediram-se com promessas de voltar.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
A tantas outras com quem cruzaram caminhos,
E despediram-se com promessas de voltar.
Falo das mãos, essas ferramentas indispensáveis
que amanhecem desde o despertar da existência
E atravessam rios de tempo, ruas de conversas,
que amanhecem desde o despertar da existência
E atravessam rios de tempo, ruas de conversas,
até chegarem ao ocaso de todas essas andanças
Mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
Que mãos invisíveis amarfanharam através dos anos.
Mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
Que mãos invisíveis amarfanharam através dos anos.
de Nonato Albuquerque