Escritos Meus
O anjo que colecionava pedras
Meu avô, chegado aos 80 anos, agricultor felizardo,
conhecedor da Natureza como da vida que é sábia,
teve ao chegar a esse ocaso, um hábito nada explicável
de juntar pedras ao longo da cerca do quintal de casa.
Sempre que voltava da roça, trazia pedras bem torneadas;
colocava-as religiosamente, uma a uma, nas cercas de gado,
numa postura que intrigava a todos nós, descendentes,
como se recriasse ali um templo sagrado aos menires.
dizem que, no dia em que ele completou o quadrilátero
do quintal com as pedras que cumulava de atenção,
seu coração virou pedra, parou. Ele deixou de ser vivo.
e, num sonho que eu tive com ele em figura de anjo,
meu avô me contava que as pedras significavam o elo
que faltava para contar seus dias nessa vida de humano.
O anjo que colecionava pedras
Meu avô, chegado aos 80 anos, agricultor felizardo,
conhecedor da Natureza como da vida que é sábia,
teve ao chegar a esse ocaso, um hábito nada explicável
de juntar pedras ao longo da cerca do quintal de casa.
Sempre que voltava da roça, trazia pedras bem torneadas;
colocava-as religiosamente, uma a uma, nas cercas de gado,
numa postura que intrigava a todos nós, descendentes,
como se recriasse ali um templo sagrado aos menires.
dizem que, no dia em que ele completou o quadrilátero
do quintal com as pedras que cumulava de atenção,
seu coração virou pedra, parou. Ele deixou de ser vivo.
e, num sonho que eu tive com ele em figura de anjo,
meu avô me contava que as pedras significavam o elo
que faltava para contar seus dias nessa vida de humano.