plantei sementes de luz
em folhas de papel,
letras marcavam o caminho
por onde
por onde deitei palavras
e, em cujas linhas,
semeei encantos muitos.
fui amante das letras
como ninguém mais
ousou sê-lo, ao tempo
em que vivi as múltiplas
faces do amor
com que aprendi ser
hoje eu milito aqui
no lado onde dizem
ter anjos e vidas muitas
adormecem no silêncio
Mas eu vivo, falo,
ando e semeio sons.
quando, um dia, de novo
eu tiver a possibilidade
de voltar aos campos
plantarei palavras
que serão colhidas
por atenciosos ouvidos.
E iluminarei os dias
com a luz da minha fala
recolhendo do meu eu
as fulgurantes marcas
do que, nesse momento,
eu vivo e encanto.