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sábado, 18 de maio de 2019

O QUE DIVIDIU A HISTÓRIA


nas areias sagradas que encobrem a Galileia antiga,
um homem de olhar sereno e voz dulcíssima, transitava.
Ao seu lado fiéis amigos, cujo discipulado do bem
começava a ser fermentado, ganharam precioso abrigo.

Escolhera para si pessoas simples da sua comunidade,
os que atuavam próximo às montanhas de Naftali.
Homens da terra e do mar, como os irmãos Pedro e André,
além de outros dez que se fizeram em seus discípulos.

Na sua tez queimada pelo sol do médio Oriente
as cores da tâmara contornavam seu olhar de mel
onde um brilho fulgurante irradiava boas emanações
do rosto do homem de madeixas à moda nazarena.

Ele pregara no abismo daqueles corações ainda rudes
as regras da bonomia e o culto aos valores eternos.
Sugeria a todos a trocarem os vícios pelas virtudes
e a colocar o saber divino acima das alegrias fugazes.

Após três anos de incentivo ao bem e à busca do céu
ei-lo diante do Poder romano, acusado injustamente
por ter anunciado um reino outro de grandes verdades
diante da tibieza do poder temporário dos homens.

Condenado, torturado e crucificado num lugar espúrio
esse homem conseguiu fazer com que o Tempo da Terra
fosse dividido entre o antes e o depois de sua presença
para servir de lição, para sempre, o curso da História.