Seu Lucélio,
filho de Otacílio e Emengarda,
vivia ansioso
pra chegar a aposentadoria.
Trabalhou
feito burro de carga, como guarda
do serviço
público, nos tempos da hospedaria.
E nessa
esperança, de ver o que lhe aguarda,
o tempo foi
passando e em meio a correria
chegou a se
aposentar. Hoje da mansarda
de sua
choupana, diz não ter mais alegria.
O que recebe
por mês mal dá pra ser contado.
Pra
compensar a renda, vive a pedir esmola
e diz ser dessa
forma que a vida lhe socorre.
O sonho de
futuro, morreu lá no passado;
vive de
esperança, pois aprendeu na escola
ser ela, na verdade, a última que morre.