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domingo, 17 de outubro de 2021

O HOMEM LUZ




Nos ensolarados caminhos de Jericó, 
um homem havia
que deixava na areia luminosos rastros
como se fossem setas,
a indicar a direção da grande energia.
De sua voz maravilhosa, dardos
luminescentes jorravam.
E percorriam o ar como se flamejantes flechas
buscassem orientar,
também, o real sentido das estrelas.
O seu olhar trespassava os objetos,
as coisas e as pessoas;
e fundia-se no azul de outra celestial virtude
como a buscar sintonizar valores
dos mais altos páramos.
Nos dias de folga - se é que eles haviam -
esse homem descansava
movimentando as águas mornas que do Jordão
corriam para outras águas
ainda mais distantes e cristalinas.
Das redes que os discípulos arremessavam,
cardumes
de piscosas energias agitavam os pescadores
E os conduziam de volta
à companhia de suas amantíssimas mulheres.
O mundo por ali, se concentrava e o romano
poder se definia
para historiar o mais belo de todos os cânticos
e que amanhece hoje em dia
grafado em vivas páginas de luz. 

texto de NONATO ALBUQUERQUE