De Nonato Albuquerque
Da fonte de onde fui jorrado um dia,
Mais de meio século de caminhar já fiz.
Varei charcos. Morguei pântanos. Cruzei várzeas,
Rumo ao infinito de luz a que me destino.
Mais de meio século de caminhar já fiz.
Varei charcos. Morguei pântanos. Cruzei várzeas,
Rumo ao infinito de luz a que me destino.
Ajudei a cultivar terras áridas e a dessendentar
A secura desses caminhos onde nada cresce
e o deserto parece ter ressecado os corações.
Nunca me cansei. Fui do líquido ao gasoso,
A secura desses caminhos onde nada cresce
e o deserto parece ter ressecado os corações.
Nunca me cansei. Fui do líquido ao gasoso,
Para chover sobre as minhas cabeceiras,
Para acalmar a brasura da minha alma panteísta,
Sedenta por chegar a um outro porto.
Para acalmar a brasura da minha alma panteísta,
Sedenta por chegar a um outro porto.
Barrado no caminho; sangrei com ajuda
De outras águas, para só então nas quedas
Ganhar força e me transportar a essa fonte de luz.
De outras águas, para só então nas quedas
Ganhar força e me transportar a essa fonte de luz.