OLHAI POR NÓS, OS
PESCADORES
O homem de pele tostada
pelo soberano sol
Admitia-se frágil diante
de outro rei, o mar
E em sua indomável jangada
de velas abertas
adentrava à fundo o
caldeirão de Netuno
O resultado daquele
dia fora insuficiente
mas ele jamais perdeu
a esperança e a fé
de que logo, toda
essa situação se reverteria
em pesca abundante
quando voltar à terra.
“Senhor dos oceanos
e das procelas”, rezava,
auxiliai-nos a que
nosso ganha pão se amplie
E jamais deitemos nessas
águas, nossa confiança.
Olhai por nós, os pobres
pescadores do mar
Que inventariamos
essa existência, em favor
De dignificar vossa
sagrada ajuda nessa colheita.