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sábado, 5 de outubro de 2019

CÁRCERE

CÁRCERE
Nonato Albuquerque

Roubei uma fatia do teu coração, e me expus
a uma vida presa desse farrapo humano
que andarilho pelas ruas de meu destino,
como se carma fosse dessa nova aurora.
Sim, eu já vivi mil vezes. E já morri mil tantas
Que num lusco-fusco do tempo que alimento,
Essa hora que assisto, é tão só um minuto
Na eternidade dos séculos que eu existo.
Agora rogo ao divino, a misericordiosa ajuda
de libertar-me do cárcere de carne para que eu
Siga a rota milenar em tua perseguição.
Que armadura esconde esse teu anjo bom,
De quem roubei uma fatia apenas e tu cobras,
De mim, a paga como se a de um corpo todo.