Quando através do sono nos libertamos temporariamente do escafandro corporal, volitamos por entre a dimensão do eu mais puro e visualizamos cenas que, geralmente, só os sonhos conseguem externar. É do substrato desses sonhos - e da criação poética - que se constitui este diário, revelando a incrível magia da dimensão da espiritualidade.
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domingo, 22 de dezembro de 2024
NATAL NO PLANETA de Nonato Albuquerque
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
MÚSICA. Haydn e Dvorak com a Sinfônica de Estocolmo
Os mares, lagos, riachos e rios sempre foram importantes fontes de inspiração para artistas, poetas e compositores. Na famosa Moldávia de Smetana, celebrando o seu 200º aniversário, ouvimos como os pequenos riachos borbulhantes serpenteiam pela paisagem antes de se fundirem no poderoso rio. A melodia vem de uma antiga canção folclórica que reconhecemos como Ack Värmeland, du sköna. Talvez Smetana tenha ouvido a melodia quando trabalhava como maestro em Gotemburgo na década de 1850.
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
O LADO B DA VIDA ou VISTO DE CHEGADA
O LADO B DA VIDA ou VISTO DE CHEGADA
2.12.2024
De repente, as luzes do quarto se acentuam.
Vozes inspiradas preenchem o espaço amigo
e uma mágica sensação de paz estabelece
um elo distinto na dimensão do lado B da vida.
Uma equipe de branco conversa alegre e norteia
sinais por onde seguir após a longa caminhada.
É o anúncio da aurora desse tempo tão distinto
No dizer "acorde!" para o ensejo desse encontro
Por trás de lágrimas silenciosas, aporta-se sublime
um hálito de frescor novo, entre olhares amigos
a intermediar acenos de despedida e de chegada.
E entre atônita e resignada, Antônia se realimenta
agradecida de amor. Retemperada de paz.
A repetir o nome do Senhor na oração mais plena.
domingo, 10 de novembro de 2024
A CRUZ DE FERRO
A solidão dos campos de batalha.
cravada bem no íntimo de minha alma.
O LÍRIO
Tinha um lírio no meio das rosas
CARTAS 1. O entrevistado de quem não lembrei o nome

Caro leitor(a)
Uma viagem. É como eu classifico a convivência desta quinta feira, enquanto dormia. Eu me vi numa sala, como se um estúdio de rádio, esperando a hora de entrevistar alguém. Quando tenho à minha frente a sua holografia, descubro tratar-se de um jornalista famoso, nos anos 70 e 80 aqui no Ceará. Sinto uma energia agradável na sua presença, mas não consigo, de jeito algum, me lembrar o nome dele. É como se minha memória tivesse ficada pedrada.
Para não passar vexame, anuncio que "vou conversar com alguém muito importante do jornalismo", e enquanto falo, meu pensamento viaja atrás do baú de memórias, querendo achar a identidade da figura que está ali, à minha frente. Não consigo. E fico ainda mais atribulado, quando ele me responde à primeira pergunta, sobre como é que ele vai.
- Estou bem. Mas sinto que as pessoas não se lembram mais de mim. Ninguém fala meu nome entre os pares de trabalho - diz, enquanto penso que ele acabara de ler meus pensamentos. Tento lhe confortar e digo: mas o que é isso, rapaz! Todos nos lembramos de seu trabalho, sua coluna. Nos anos 80 você foi um dos primeiros a estimular as caminhadas. Sempre citava o assunto nas páginas internas do segundo caderno do jornal.
- Não, nem mesmo entre meus familiares se fala mais de mim. Eu sou um nome apagado. Uma página virada. Pareço ter vindo de um mundo vitoriano, época hoje nem mais tratada nas salas de História.
Nesse instante, a conexão onírica foi se desestabilizando e fui acordando com a preocupação enorme de querer saber o nome do entrevistado. Ele sumiu do écran de minha mente e desperto, fiquei meio abobalhado, porque eu sabia quem era, mas não tinha a menor lembrança do seu nome. E essa, pelo visto, era a pior lembrança que ele carregava no mundo dos encantados.
P.S.: depois que fiz o texto é que vi o nome dele em meio às declarações.
A MONTANHA DO SERMÃO
A montanha do sermão
O MENINO QUE FOI PAI DE SUA MÃE
“Quando eu era grande, eu era teu pai
E tu obedecia(sic) todas as minhas ordens”.
Assim falou um pequeno de seis anos
à sua mãe, uma voluntária de Casa de Emaús.
Preocupada, ela perguntou a Lena Belotto:
Aquilo que ouvira tinha algum sentido?
Lena,
que hoje se configura na dimensão da Luz,
Respondera-lhe que aquietasse seu coração.
Aquilo que o menino falara tinha a ver
com a justa crença de antigas civilizações
que, racionalizam ser comum
as vidas múltiplas de todo ser humano.
Lena contou-me isso, um dia.
Eu fiquei de escrever em oportuna ocasião
para os que dele tomassem conhecimento
soubessem que a Vida é plena.
Que somos alunos dessa escola terrena,
alfabetizando as virtudes do céu, em cada vida;
para restringir o excesso do TER que nos aprisiona
e libertar no íntimo de nós, o SER que somos para a Luz.
OS ARQUÉTIPOS DOS ALTARES
não é diferente a sagração dos católicos aos santos de sua crença.
senão o inventário místico dos que na dita igreja mãe,
são reverenciados como o santo da chuva,
o casamenteiro, o senhor dos aflitos?
o sublime senhor de tudo e de todos.
AS MORADAS DE MEU PAI
Nos mundos que circundam os universos,
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Waldy na luz que imaginava sombra
amigos,
de meus dias outros,
aqui chegados;
fizeram sala à vinda minha
a esse porto
onde o barco da morte no Aqueronte
conduziu-me morto
pelo rio que enalteceram outros vates.
Incrível,
no "rictus defunctorum"
que hei passado,
achar-me de pé,
ainda vivo após exposto
ao fim da conjunção
de carne e osso
e assim disposto
encontrar-me nessa outra
margem de embates.
eu sei que
vivo a eterna/idade
dos que se mudam
não sendo mais,
nem carne e osso
e vim dar com os costados
nessa nova "terra"
onde me acho moço
depois dos anos
que dividi afetos.
me encontro,
após a extrema unção
do ritual religioso,
com velhos conhecidos
de épocas remotas
que são famílias
a quem me refiro grato
nessas minhas notas
aos sombras que deixei,
entre meus filhos e netos.
Depois de sonhar com W.S.
onde ele se referia que eu era afilhado de sua esposa.
6.11.2024
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
SONHO MAGNIFICENTE
voltei a me vestir meu corpo
depois de volitar
por ares
onde borboleteavam
insetos
de transluzentes
brilhos.
Comigo estavam
alguns seres
Que da
mitologia aprendi
A nomina-los
elfos e duendes,
Maravilhas da
natureza mística.
Quando acoplava
minha alma
ao corpo que só descansava,
ainda consegui
sentir o ato
de sorver o
néctar de essências
que magnificavam
esse meu sonho.
sábado, 10 de agosto de 2024
ENSAIO PARA FALAR DO FEMENINO
Nao sei se os senhores já notaram,
desde o dia em que aqui chegamos
tudo que há tem nome de mulher.
Europa, Ásia, America, Oceania
Mesmo a própria Terra, quem diria
tem nome feminino, como Deus quer
Se Ele fez o mundo em sete dias
e criou do homem, o outro sexo
eu acho essa estória tão sem nexo
que não ouso perder os dias meus.
O mundo é da mulheres, já sabia
aquele que deu nome aos continentes
e para que todas firmem-se contentes
Eva é versão deusa, que fez Deus.
(incompleto)
CONVERSA PARA QUANDO EU FOR GRANDE
sexta-feira, 19 de julho de 2024
POESIA. Para os que irão vencer sua própria fera
PARA OS QUE IRÃO VENCER SUA PRÓPRIA FERA
de Nonato Albuquerque 19.07.2024
Nos campos
estelares onde eu habito,
pastoreia-se anjos, que se nomeiam
tutelares de
almas em quem credito
estejam no proscênio que as rodeiam
nessa era em
que as forças se baseiam
em remover o
lixo dos seres em conflito
sugiro que busquem Cristo e releiam
as bem aventuranças
desse grande espírito
elas resumem
o eixo de toda a pedagogia
que o mestre
nos deixou por herança
para os que alcançarem
aí, a nova era
Aventurados
os mansos, que voltarão um dia
a renascer num
tempo novo de bonança
em que cada um vencerá sua própria fera.
domingo, 7 de julho de 2024
A MUHER QUE RECOLHIA E BORDAVA ESTRELAS
Um dia, eu vi
uma senhora de idade,
a tricotar com
as mãos encarquilhadas
peças invisíveis,
com se usasse esterlina
nas agulhas que
só ela mesma enxergava
essa mesma
senhora, eu a vi um dia
caminhar com
firmeza no jardim de casa
a recolher
do chão algo que meus olhos
não conseguiam
de modo algum discernir.
Ao indagá-la
sobre tudo isso, ela me diz
que tricotava
uma colcha pontilhada de luz
das estrelas
que ela recolhia do chão amigo.
eram marcas transluzentes
de passos amigos
das pessoas
que um dia, passaram por ali
deixando lembranças de sua gentil amizade.
domingo, 2 de junho de 2024
A MENSAGEM DA CRUZ
por dedos mágicos, a musa inspirava gênios
a derramarem notas da mais fina essência
que executadas preenchiam compêndios
como se o céu aportasse sua imanência.
por dedos muitos homens de crença e ciência
teceram ideias múltiplas de gregos e essênios
a alimentar o juizo do bem com a sapiência
de quem eternos ficariam por todos milênios.
o tempo escreveu outros roteiros singulares
o das mãos curadoras que o Cristo entronizou
em benefício aos carentes de amor e de luz
mas foram mãos injustas que por trinta denares
lhe venderam aos romanos sem o menor pudor
para fincar em outras mãos a mensagem da cruz
ODE AO SABER MILENÁRIO
Próximo ao
scriptorium adjacente
à capela do
mosteiro onde eu vivi
compêndios
de toda ordem haviam
a resguardar a eficácia desse tempo.
Neles,
traduziam-se os importantes
relatos e
crônicas; discursivas ideias
de um tempo
de feudos e regalias
onde o saber
era dotação de poucos.
Na maravilhosa
engrenagem do conto
lia-se relatos
de clérigos e de leigos
incentivando
o respeito ao amor divino
Nem eu que
fui cavaleiro de procedência
rústica, me
habilitei ao escrutínio real
do pensamento do inquisitorium romano.
domingo, 26 de maio de 2024
QUANDO O RIO GRANDE SE TRANSMUTA EM AQUERONTE
QUANDO O RIO GRANDE SE TRANSMUTA EM AQUERONTE
Nonato Albuquerque
Quando o Planeta Água resolve se definir
como tal e qual,
o líquido toma o sólido de todas as terras
e provoca as águas de todas as lágrimas .
Quando isso acontece, as vozes humanas
apenas lamentam.
E o veio desse pranto petrifica nosso peito
diante das dores que atormentam a alma.
Que rio é esse que transporta tantas vidas
preciosas?
Que mar é esse que despedaça a caravela
de nossos portos? É o Aqueronte, irmão!
sábado, 25 de maio de 2024
OS QUE FORAM PEGOS PARA CRISTO
Texto de Nonato Albuquerque
A paixão
moderna tem muitos cristos. Eles vivem o seu calvário de sempre, sem mudança na
rotina. Inúmeros cristos que são números, vivendo entre a paixão e a sorte.
A via-sacra
difícil de todos se confunde no drama de Josés e de Marias, cujos filhos são
vítimas de herodes psicopatas, promovendo a morte de crianças nas escolas.
Gente
simples que vive a ilusão de um reino melhor, prometido por párocos e pastores,
alguns sem ética e sem respeito ao divino.
Nas doze
estações do dia, que marcam as horas de provação, multiplicam-se as quedas.
O
desemprego, a intolerância, a mentira.
Há cristos
denunciando a violência de centuriões modernos. Asfixiando negros a céu aberto.
Cada um
carrega uma cruz invisível, com uma história onde eles são apenas números e
invisíveis na planilha da Economia.
Nesse
calvário, há judas
traidores, mas há cirineus caridosos. Negadores como Pedro e céticos iguais a Tomé.
Verdugos atiçando a violência doméstica,
como há os que hoje encenam o drama da maior paixão, mas que também foram pegos
para Cristo.
FORTALEZA296.COM.CE
FORTALEZA296.COM.CE
Nonato Albuquerque
Fortaleza,
cidade ponto com
De tribos
muitas,
Com/unidades
tantas;
Idades
comuns quantas se achem
por suas
ruas apinhadas de carros muitos
Fortaleza de
caras e bocas
a ponto de
cantar
e contar
estórias de seu povo.
Karmas e
loucas, brancos guerreiros
Bulinando as
iracemas de nossa beira mar.
Fortaleza
ponto com sumo,
consumida
Por quem se
agita
nas praias
de sol(bemol)aradas
Sintonia do
canto, do conto, do quanto
amo, do cais
do porto à barra da tua saia.
Fortaleza,
cidade ponto comedida
Medida de
alto a baixo,
Compro
metida com seu tempo,
sem planos
pro passado
No espaço
verticalizado onde habitamos.
Cidade de
idade nova,
novidade
velha
É teu logo
que logo vem à nossa mente
‘Loira
desposada do sol’
cidade
ardente de luz
Que induz
desejos ponto com somente.
Fortaleza de
pontos com
ver gentes
Urbana
metrópole, suburbana cara
Trafegamos
contigo por esse mar
De carros e
carros e carros e mais carros.
Neste novo
dia de tu mudar de idade
Queremos é
ter na mente,
eternizar-te
tatuando no
baobá enorme do Passeio
o coração de
amante
dessa bem
amada, a/mor/cidade.
O RIO GRANDE MAIS PARECE O AQUERONTE
Quando o Planeta
Água resolve se definir
como tal e
qual,
o líquido
toma o sólido de todas as terras
e provoca as
águas de toda as lágrimas .
Quando isso
acontece, as vozes humanas
apenas lamentam.
E o veio desse pranto petrifica nosso peito
diante das
dores que atormentam a alma.
Que rio é
esse que transporta tantas vidas
preciosas?
Que mar é
esse que despedaça a caravela
De nossos
portos? É o Aqueronte, irmão!
terça-feira, 21 de maio de 2024
OS VIVOS E OS MORTOS DA TRAGÉDIA DO RIO GRANDE
Nonato Albuquerque

Quando chegar a hora,
não há quem sustenha a alma
domingo, 5 de maio de 2024
sábado, 13 de abril de 2024
INACABADOS VERSOS
eu tenho uma leve impressão
de que já estivemos juntos
em alguma época do passado
em algum país distante
Pressinto mesmo até
que já fomos companheiros unos
do jogo, da bebida e das noitadas
de mulheres sem dono.
nascer nesse tempo diferente
de tudo o que passamos
significa alguma dívida gerada
nesse tempo precedente ...
POESIA. O GADARENO
O GADARENO
sábado, 30 de março de 2024
Cristo nunca ganhou um Oscar
De todos os Cristos que eu assisto
nos filmes onde
ele é retratado,
nunca eu soube, ou sequer tenha visto
um ator que o viveu, ser premiado
É que Hollywood,
eu até insisto,
sempre elege
para ser oscarizado
o ator que parece
estar previsto
deixar o
cine mais endinheirado
Mas eu já assisti tantos bons atores
viverem com perfeição o personagem
e nunca vi ser pelo menos indicado
Não quero acreditar que haja esquema
e mesmo tendo visto alguns se entregarem
mas nunca vi nenhum Cristo premiado.
sábado, 23 de março de 2024
POESIA. ALMA INFANTE
ALMA INFANTE (in memorian a Oswald Barroso)
Nonato
Albuquerque 22.03.2024
Somos uns
devoradores de Deus
ambientados em
salas de janta
onde os que comandam
os seus
agem como se
de uma forma santa
somos uns construtores
de adeus
com o nome
do divino na garganta
esperando o
dia de alcançar os céus
E largar o
inferno que ainda nos suplanta.
Alma imperfeita,
essa porção macabra
que há em
nós, adoradores do além,
depara-se um dia com esse ápice instante
E morto o
corpo, espera só que se abra
a porta da
dimensão ganha com o amem
quinta-feira, 7 de março de 2024
ENTRE O HUMOR E A TRAGÉDIA
de querer ter do descanso seu abrigo.
mesmo que eu venha sofrer algum castigo
e levar uma vida sem mais correr perigo