A SERVIL OBEDIÊNCIA
nonato albuquerque/jun 22
Quantas estrelas preciso eu contar
para que surjam em mim os condilomas
que maldiziam bocas com lesivos aromas
embora eu nunca quis mesmo acreditar?
Quantos “nomes do
pai” hei de precisar
para apagar pecados
dos quais as somas
ultrapassam os códices
que vêm de Roma
e que as confissões
inventam perdoar?
quantas vezes precisarei de argumentos
que religiões
não salvam e que inscrito
está e só as obras
libertam nossa essência?
Para que viver assim
em meio a tormentos
Se céu e inferno fazem
parte de um mito
Que desejam de nós a servil obediência?