Quando cruzares o Styx,
transportado por
Caronte a outra margem,
lembrar-te-ás
do que na memória guarda
todo
viajante que alcança esse destino.
Da tua infância
perdida
que a
adolescência levou a outros páramos;
e do olhar
vítreo, outonal, que acalentastes
como recordação de teu último instante vivo.
Nos altiplanos, serás tu
alma vivente,
subtraída da física armadura,
liberta num
átimo de tempo para ires à fronteira
entre o que emana o alfa e ômega das existências.
Nutrirás de novo ar.
Tua pele
será plasmada da luz que concebestes
e tua
memória, se ocupará de reminicências
das vidas múltiplas que tu mesmo consagrastes.
Acordar-te-ão
signos
de ultramontanos tempos, hoje tão seculares,
a anunciarem os novos passos de caminhante,
a organizar as células para o teu novo porvir.
Viverá tu, como anjos
volitando livre pelas circuvizinhanças do céu
mesmo que ainda dele não possas desfrutar
a divina virtude da ambicionada sublimação.
Quando cruzares o Styx
serás o que tu és, na medida do que alcançaste
e dominarás teus dias entre o silêncio e a dúvida
tentando aclarar a todos esses teus conflitos.