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quinta-feira, 30 de junho de 2022

FINDO O CORPO, VIVO A VIDA

 FINDO O CORPO, VIVO A VIDA

O corpo que agora baixa à essa sepultura,
Não sou eu - diria o morto se fosse ouvido.
É o invólucro temporário que a essa altura
Estende-se a esse chão, da vida agradecido.
A alma que eu sou e mostra desenvoltura,
Permanece de pé, com todo o seu sentido.
Eu permaneço ativo, vivo essa aventura
Que a vida me propôs e a tenho defendido.
Ah! crença vã dos que pensam da maneira
Que ao suspiro final, a vida entregue os pontos
Como gostaria eu de provar a todos quantos
assim mourejam na Terra essa fé sem eira,
que somos eternos e ambientamos contos
que em outros planos se renovam em cantos
Nonato Albuquerque